A Escola como espaço transformador

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Estamos vivendo um tempo de conflito, reflexão e subversão, que vão tocando fundo a sensibilidade do povo brasileiro. Estamos diante da probabilidade de mudanças significativas no tratamento com a vida, com a história, com a política nacional e convivência com a nossa cultura que é afro-brasileira e que vivemos mergulhados sem nos dá conta da sua presença estruturante. Estamos lutando por uma liberdade que se constrói ainda impregnada de dor, desmontando ideias e construções históricas arraigadas.

Decerto que buscamos a transformação urgente da sociedade, o que acontecerá também a partir do movimento interno de cada um. Trata-se, entretanto, de um momento singular que suscita mudança paradigmática na relação entre o povo brasileiro e o papel transformador e decisivo da educação de nossos jovens e crianças. Importa o compromisso para criação de uma sociedade nova impulsionada por outras configurações organizativas em forma de redes, alianças sociais e solidárias.

Entendemos que é justamente desta perspectiva que deverá nascer a semente para o sentido de educação na vida. Esta é uma dificuldade sem tamanho pelo enigma que é selecionar o que é indispensável para que indivíduos sejam educados também na alegria e nas Relações Étnico Raciais aprendendo a conviver relacionando saberes, exercitando a condição de sujeitos éticos, coletivos e solidários. A escola precisa de solidariedade, afeto, alegria e emoção no seu currículo. Emoção para a arte de aprender e a arte de ensinar com alegria. Ensinar incluindo a arte e cultura é cultivar a emoção de saber-se quem é. É considerar o pensamento africano recriado na diáspora refazendo caminhos de celebrações, incluindo as diversas linguagens das artes e das manifestações culturais do lugar. As manifestações culturais são como legados da ancestralidade africana, impregnadas de comportamentos coletivos que reúnem memória e história de liberdade do povo negro

É prática nas comunidades, principalmente nas comunidades quilombolas festas que reúnem criando encontros e renovando o ânimo e a alegria de viver. São momentos criados por um calendário que conta as histórias do lugar. Tem festa para São Benedito, festa para Nossa Senhora do Rosário, festa dos Santos Reis, de São Benedito e festa do padroeiro de cada lugar. Festa da Barquinha que é uma celebração para Iemanjá, samba de roda, festa de São João, de Santo Antônio, de São Pedro e muita roda de capoeira. Pelo Brasil afora tem Jongo, Zambiapunga, Congo, Congada, Tambor de Crioula, Maracatu e muito mais. A questão é incluir tudo isto no currículo e transformar em aprendizagens significativas.

Por: Vanda Machado

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